sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

IDENTIDADE RCC (4ª parte)

GRAÇA E PAZ (חסד ושלום)! Caríssimos, continuaremos com a formação sobre a IDENTIDADE da RCC. Neste ponto analisaremos a Finalidade do Batismo no Espírito Santo.
Trata-se da plenitude do Espírito Santo. Jesus nos batiza no seu Espírito para, em primeiro lugar, ficarmos cheios d’Ele. A partir desta plenitude é que outros efeitos são gerados. O que nos diferencia dos outros seres vivos não é a simples a posse de uma alma racional, se bem que isso é muito importante. Somos testemunhas de quantidade infinita de pessoas inteligentes que têm degradado seus relacionamentos interpessoais a níveis infra-humanos. Aqui, mais uma vez, ressalta-se a necessidade da plenitude do ESPÍRITO SANTO para que o homem possa atingir a sua maturidade, “... até que todos tenhamos chegado à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, até atingirmos o estado de homem feito, a estatura da maturidade de Cristo. Para que não continuemos crianças ao sabor das ondas, agitados por qualquer sopro de doutrina, ao capricho da malignidade dos homens e de seus artifícios enganadores. Mas, pela prática sincera da caridade, cresçamos em todos os sentidos, naquele que é a cabeça, Cristo..." (Ef 4, 13-15).”
Com palavras da língua portuguesa, até os dias de hoje, não se expressa com clareza a plenitude do ESPÍRITO. Com efeito, a palavra grega utilizada no Novo Testamento para o que se traduz por “cheio” no termo “cheio do ESPÍRITO” não tem similar em nossa língua. O vocábulo que mais se aproxima é a palavra “pleno”, que vem a ser cheio totalmente. Essa dificuldade se dá porque o termo grego “PLERÓ” tem um significado dinâmico. Enquanto para nós, ao enchermos alguma coisa — por exemplo, um copo de água — paramos de colocar água nele, assim que esta atinja suas bordas, justamente por estar cheio; com a palavra grega “PLERÓ” não é assim. Apesar dela também designar algo cheio, não se trata de um cheio estático, mas dinâmico, que não pára de se encher, igual a um copo que se coloca sob torneira aberta. Ninguém dirá que o copo não estará cheio quando a água começar a se derramar. O copo ao permanecer debaixo da torneira aberta estará continuamente cheio, não se esvaziará jamais, exatamente como quer dizer a palavra “pleró:” cheio derramando. É diferente de um copo que se enche e se coloca sobre a mesa.
A partir do termo grego “PLERÓ,” entendemos a vontade de Deus para nós, em relação ao Seu Espírito. Ele deseja que nosso Pentecostes seja perene, ininterrupto. É por isso que Ele nos convida a acolhermos a presença do Espírito Santo como um dom dinâmico, capaz de nos fazer experimentar seu transbordamento ininterruptamente.
A forma de observação concreta do Batismo no ESPÍRITO SANTO, são so seus FRUTOS.
Quem aceita o BATISMO no ESPÍRITO é plenificado por Ele e torna-se apto a produzir seus frutos. Assim sabemos que os frutos do Espírito Santo decorrem de sua plenitude em nosso ser, exceto um, que é o próprio Espírito que recebemos por meio do Batismo.
A quem não é batizado o primeiro fruto do Batismo é o próprio Dom do Espírito Santo. Mas nos dias atuais, para os católicos que já são batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, portanto já portadores do Dom do Espírito, o primeiro fruto da Efusão tem sido o “despertar” deste Dom, ou como alguns preferem dizer, a sua renovação. Esta Efusão põe em operação a opus operantis (a parte que o homem deve fazer para a eficácia sacramental), em relação ao Sacramento do Batismo, que estava em parte somente “ligado;” estava “ex opere operantis”, pois dependia de alguma ação ou qualidade humana para ter eficácia. Em Deus, a partir de Deus, todo Sacramento já nasce plenamente eficaz e apto para produzir os frutos a que se destina. Da parte do homem, contudo, não é assim. Pode haver inúmeros obstáculos humanos a impedir a operação da graça.
O BATISMO também está sujeito a estas mazelas do homem. Muitos são batizados, mas sequer conseguem vislumbrar uma vida digna de filhos de Deus. Com a EFUSÃO do ESPÍRITO SANTO que temos experimentado, o nosso Batismo sacramental tem deixado de ser, para a nossa vida, somente uma promessa, um presente em potencial, para ser alçado ao grau de Dom ativo que libera em nós as graças que nos pertenciam desde o tempo do nosso precioso Sacramento Batismal.
Ainda para esclarecer essas idéias um pouco mais, lembremos a conexão do BATISMO no ESPÍRITO com o BATISMO SACRAMENTAL. No ensinamento teológico reconhece-se que para inúmeros católicos o batismo é um sacramento em parte apenas “ligado”. De fato, DEUS, por meio de um agir conhecido por opus operantum, faz gerar os efeitos que dependem exclusivamente da graça divina. Isto significa que desde o sagrado instante em que se ministra o BATISMO, ainda que o batizado seja uma criança, os pecados anteriores são remidos, as virtudes teologais da fé, da esperança e da caridade já são concedidas e a filiação divina já se opera, tudo isso pela eficácia da ação do ESPÍRITO SANTO. Mas a parte do homem também é necessária, embora não se revista da importância da parte de DEUS. Essa parte humana se chama opus operantis, isto é, obra a realizar. É aquilo que o homem precisa ainda fazer.
Em que consiste esta obra do homem? A parte humana se resume na fé que torna o batizado apto a acolher Nosso Senhor JESUS CRSITO como Salvador, Senhor e Mestre. Então, os frutos sensíveis que o BATISMO no ESPÍRITO SANTO nos proporciona, a começar da plenitude do próprio ESPÍRITO, passando pelas manifestações de carismas e chegando à conversão, que impulsiona o crente cada vez mais para a santidade de vida. (próprio Espírito Santo, a vivência da filiação divina, a conversão, a caridade e seus efeitos, vida em comunidade). Destes consideremos a importância da vivência da filiação divina, assim: 1ª João 3,1, nossa filiação divina é afirmada categoricamente por estas palavras: “... Considerai com que amor nos amou o PAI, para que sejamos considerados filhos de Deus. E nós o somos de fato”.
Em João 1,12 esta idéia é estendida pelo Testemunho do Evangelista. Ao falar do Verbo ele diz: “Mas a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de DEUS”.
Pela fé sabemos que somos Filhos de DEUS de fato. Sabemos também que DEUS nos dá o poder de sermos seus Filhos. Mas que poder é este? Este é o poder do ESPÍRITO SANTO que recebemos em nosso batismo, “... pois todos os que são conduzidos pelo ESPÍRITO de DEUS são Filhos de DEUS ...” (Rm 8, 14).
REFLITA SOBRE ESTA TUA CONDIÇÃO DIVINA. DEUS TE ABENÇOE.

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