terça-feira, 22 de dezembro de 2015

BUSCAR O SILENCIAR, UMA AÇÃO GENUÍNA DE DESAPEGO (ANSELMO GRUM - CONCLUSÃO)


GRAÇE PAZ (חסד ושלום)! ORA ET LABORA! BENDIGAMOS AO SENHOR! DEMOS GRAÇAS A DEUS. Dando continuidade ao pensamento acerca do 'SILÊNCIO', iremos declinar sobre o 'SILÊNCIOna forma de ABERTURA PARA DEUS. Neste ponto o SILÊNCIO se torna lugar de RECOLHIMENTO, proporcionando uma abertura, e assim escutá-lo e poder viver em sua presença. Não esta afeito apenas ao sentido da audição, mas o de proliferar um estado de PERCEPÇÃO mais aguçada. O melhor tradutor desta busca suprema será SÃO BENTO (regra art. 6º), e para este grande Santo existe interligação entre HUMILDADE, OBEDIÊNCIA e SILÊNCIO. No qual estes dois últimos amalgamados formam a plenitude da HUMILDADE. Para BENTO o SILÊNCIO é uma atitude fundamental para o crescimento espiritual, pois quem realmente busca uma vida perfeita deve estar aberto aos MISTÉRIOS DE DEUS no SILÊNCIO, na PALAVRA e nas PESSOAS. Em BENTO encontra-se a ideia perfeita de viver o dia-a-dia na presença de DEUS através do SILÊNCIO, visto que se torna um "ESTADO DE ABERTURA", e desta feita, nunca nos encontramos solitários, onde quer que estejamos. CONTINUA A FORMAÇÃO PESSOAL!!!


E tal abertura para a presença DIVINA promove um ESPAÇO REAL e CONCRETO, no qual se desenvolve VIDA, e assim, permeado pela VIDA DIVINA, me torno instrumento de irradiação e exalação desta mesma VIDA, chega ao ponto de ipromover a presença de DEUS onde me encontro, e com quem interajo. Assim o SILÊNCIO, quando bem promovido, se torna uma EXPERIÊNCIA AUTÊNTICA DE DEUS, em que BENTO afirma em sua REGRA, que o SILÊNCIO desenvolvidos pelos ascetas não é por causa de um princípio abstrato, nem para se colocarem em certo estado de ânimo ou para demonstrarem uma realização ascética. O SILÊNCIO GENUÍNO É PARA EXPERIMENTAR A DEUS EM SUA TOTAL PLENITUDE. Assim neste estágio o que concretiza-se é uma perfeita ORAÇÃO, no qual sente-se, escuta-se e preenche-se unicamente de DEUS. A Oração verdadeira NÃO É CONSTITUÍDA DE PALAVRAS, tão pouco de IMAGENS, não sendo aprendida ou desenvolvida, mas o é pura GRAÇA DIVINA. É a CONTEMPLAÇÃO GENUÍNA, aqui DEUS é que preenche todas as minhas lacunas, não possui mas nada humano em si, mas aflora o DIVINO, e portanto, o perfeito SILÊNCIO não é obra humana, mas apenas de DEUS. Assim, a verdadeira ORAÇÃO É PURO SILÊNCIO, e outro grande Santo que nos orienta a alcançar tal estágio é EVÁGRIO PÔNTICO (Tratado de Oratione), no qual afirma que a ORAÇÃO deve estar livre de pensamentos emocionais e apaixonados, pois são amalgamados de vícios humanos comuns (ira, tristeza, etc.), e no qual Evágrio coloca que será através destes pensamentos que o demônio vem perturbar nosso relacionamento com DEUS. Evágrio nos aconselha a não nos apegarmos a estes sentimentos e emoções, mas deixar apenas DEUS triunfar. As intenções dos demônios, para Evágrio, são apenas a de anular este profundo estado relacional com DEUS, e sua ação esta em nossa razão. Quando se alcança um estado de pureza e sinceridade na Oração, atacam o outro lado humano, o ORGULHO. É comum os demônios manobrarem a nossa Oração, instalando uma certeza que estamos imunes a TODAS as PAIXÕES INFERIORES, e a partir de tal situação acontece que reconhecemos como divinas as nossas próprias imagens pessoais. Aqui nasce o estado do ORGULHO perigoso. O verdadeiro SILÊNCIO será aquele em que nos desnudamos das imagens e ideias que criamos de DEUS, ou seja, do DEUS criado a nossa imagem natural, e que no fim acaba bloqueando a EXPERIÊNCIA CONCRETA DE DEUS em nossas vidas. Neste ponto ocorre a abertura real de DEUS NASCER em NÓS. Assim, se realiza todo o MISTÉRIO DE DEUS em cada ponto de nossa existência, e neste momento não podemos dizer a DEUS como ELE tem de vir ao nosso encontro (ANSELMO GRUM). Fica claro que não tenho direito algum querer impor minha vontade na relação com DEUS, não sou 'EU' que me encontro com ELE, mas ELE é que vem ao meu ENCONTRO primeiramente. Nesta situação não existe nenhuma necessidade de apresentar algo a DEUS, pois ELE já sabe o que deseja em nós. No SILÊNCIO não se sabe se DEUS esta presente ou se quer algo de nós, o que se sabe, e o que se pressente é que deve-se perseverar e esperar, suportar até o não sentir a DEUS, desapegar da solidez dos sentidos e apenas, nos largar e abrir no AMOR DIVINO, sem ter a certeza mínima de que realmente experimentaremos algo, seja o que for, onde for e com quem for. UM VAZIO QUE AGUARDA PELO O TODO, E FAZENDO O TUDO ACONTECER CONCRETAMENTE. ISTO É SILÊNCIO. QUE DEUS NOS ABENÇOE RICAMENTE.

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