segunda-feira, 27 de abril de 2015

A FÉ ANUNCIADA EM UM MUNDO DESCRENTE. É POSSÍVEL? (1ª PARTE)


GRAÇE PAZ (חסד ושלום)! ORA ET LABORA! BENDIGAMOS AO SENHOR! DEMOS GRAÇAS A DEUS. O QUE É FÉ? COMO ENQUADRÁ-LA NO PENSAMENTO ATUAL? A forma do CREDO surgiu por volta dos Séc. II e III, exatamente no contexto do Sacramento Batismal (Roma – Mt. 28,19). Se constitui de três perguntas dirigidas aos batizados: 1) CRÊS EM DEUS, PAI ...? 2) CRÊS EM JESUS CRISTO, O FILHO DE DEUS ...? 3) CRÊS NO ESPÍRITO SANTO ...? A cada uma delas deve existir uma resposta: ‘CREIO’, para, enfim, ser mergulhado na água, e em suma, é o resumo do Ritual do Batismo. Esta Formula simples sofreu no Séc. II-III uma ampliação acerca de CRISTO. Já na terceira pergunta, aconteceu uma maior explicitação e desdobramento exatamente no Séc. IV, visto neste período a Liturgia teria assumido a língua latina. E neste mesmo período, a Liturgia de Roma espalhou-se por diversas regiões no qual predominavam o LATIM, sofrendo algumas modificações, até que CARLOS MAGNO fizesse prevalecer sua forma definitiva (Séc. IX). Surge do Séc. IV a lenda de fora formado, originalmente, dos Doze apóstolos, pela suposição de suas contribuições, pois o CREDO é formado por doze artigos. CONTINUA A FORMAÇÃO PESSOAL!!!

Enquanto isto, no Oriente não existia nenhum símbolo comum, exatamente por não haver uma Igreja Local que ocupasse a posição de Roma no Ocidente. O CREDO ROMANO é caracterizado pelo aspecto CRISTOLÓGICO, voltado para a História da SALVAÇÃO, aceitando o fato de DEUS ter-se tornado Homem para a nossa SALVAÇÃO, sem tentar descobrir as suas razões e o nexo com a totalidade de seu SER. Ao contrário do Oriente, que sempre buscou na FÉ uma perspectiva metafísico-cósmica, buscando certo nexo entre a singularidade da história da Salvação e a Criação. Neste SÍMBOLO sendo uma expressão comum do fundamento da FÉ NO DEUS TRINO, se tornará uma real divisão entre o Ocidente e o Oriente, mesmo que alcance no Ocidente um fator de unificação na Igreja no Ocidente. O CREDO, apesar de todas as contingências históricas, constitui o eco exato da FÉ da Igreja antiga, em seu núcleo, o eco fiel da mensagem do Novo Testamento. Este CREDO constituído de três perguntas positivas que constitui opostos positivos a RENÚNCIA TRIPLA que antecede: “RENUNCIO a satanás, ao seu serviço e às suas obras”. Aqui efetiva que a FÉ é um ATO DE CONVERSÃO, no qual o ser se afasta da adoração do visível e factível para se confiar no invisível. O VERBO CREIO assim se traduz em ‘EU ME ENTREGO A’ ou ‘CONFIRMO’, nunca sendo, apenas, em recitação de doutrinas ou aceitação de teorias, mas, sim um movimento da existência humana como um todo. No processo da renúncia tripla e da tripla confirmação, associadas ao Símbolo da morte repetido três vezes pela imersão e ao Símbolo da tripla Ressurreição para uma vida nova, assim se expressa a FÉ: CONVERSÃO, MUDANÇA DA EXISTÊNCIA, VIRADA DO SER. Desta forma, se torna um processo PESSOAL pela expressão do triplo ‘CREIO’ e ‘RENUNCIO’, que toma sentido de que “é a minha existência que deve mudar e converter-se”, ou seja, uma DECISÃO do ‘EU’ realiza-se como resposta. O CREDO é uma formula que nasce de um diálogo entre CRÊS – CREIO, que remete ao ‘CREMOS’, e se situa na disposição de OUVIR, de RECEBER e de RESPONDER, exatamente da relação do ‘EU’ com o ‘TU’, indo ao ‘NÓS’. Como Paulo anuncia: “A FÉ PROCEDE DA AUDIÇÃO” (Rm. 10,17). SERÁ? Muitos adotam tal pressuposto como um resultado da situação sociológica ou reflexo de um momento histórico (trocar audição por leitura, reflexão). Nesta afirmação ocorre, na verdade, uma diferenciação entre FÉ e FILOSOFIA. A FÉ se estrutura da ESCUTA e NÃO DA REFLEXÃO. Vem da escuta porque recebo o que não é produto do meu pensamento; assim pensar dentro da FÉ acaba sendo um repensar sobre aquilo que se ouviu e recebeu. Na FÉ, a PALAVRA PRECEDE o PENSAMENTO, enquanto na FILOSOFIA é o contrário, por ser fruto da reflexão, que tenta expressar em palavras. A sua maior característica (FÉ) é a de vir do lado de fora, pois as formulações do CREIO (três), na forma de apelo que vem de fora e ao qual se responde. Assim, fica claro que não se chega a FÉ pela simples procura particular da verdade e SIM porque se RECEBE. No próximo texto cconcluiremos esta formação. QUE DEUS VOS ABENÇOE RICAMENTE.

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