quinta-feira, 24 de novembro de 2016

O SENTIDO REAL DA UBI ECCLESIA (1ª PARTE)


GRAÇA e PAZ (חסד ושלום - PAX ET BONUM)! Em nossa formação necessitamos compreender que o CHAMADO original se expressa perfeitamente no SER IGREJA, e o sendo assim, a nossa FORMAÇÃO se consistirá nesta busca de uma interiorização da conceituação completa, perfeita e cristalina do que significa SER ‘ECCLESIA’. O sentido pleno de “UBI ECCLESIA” poder-nos-ia ser declarado da seguinte forma: "... UMA SÓ MÃE, de prolífica descendência: Dela nascemos, por seu leite somos nutridos, por seu ESPÍRITO ganhamos a VIDA ..." (CIPRIANO, De unitate, 5). Desta feita, a IGREJA É e SEMPRE SERÁ uma reserva de segurança e de restauração, quer no passado contra as forças demoníacas, quer em nosso presente contra as astúcias dos novos demônios. AGOSTINHO preconizava em seu tempo (Séc.  IV) “... Aquele que entra (pela PORTA do SENHOR) deve estar avisado de que as mesmas multidões que se comprimem nas Igrejas, nas festas cristãs, também lotam os teatros nos festejos pagãos ...” (De cat., rud., XXV, 48). SERIA ESTA UMA IMAGEM DUPLA? Na verdade, o que ocorre é a consciência Agostiniana, por seu TESTEMUNHO genuíno, de que a ECCLESIA deve ter esta IMAGEM MATERNAL, no qual acolhe a TODOS que a busque. CONTINUA A FORMAÇÃO PESSOAL!!!

Todo este disciplinamento destoa da orientação DONATISTA, a época de AGOSTINHO, vigente em toda a África. No qual se afirmava que sendo a IGREJA ‘FONTE ÚNICA de SANTIDADE’ não poderia receber os pecadores, pois necessitava sobreviver em sua SANTIDADE PLENA, ou seja, jamais um indigno poderia permanecer em seu seio, pois poderia ameaçar a verdadeira IDENTIDADE de Igreja. Em si o pensamento DONATISTA tinha de si mesmos, a figura de um ‘GRUPO’ (Eleitos) que existia para PRESERVAR e PROTEGER uma alternativa à sociedade fragmentada que os cercava. Aqui subsiste uma AUTO-IMAGEM SUPREMA de SANTIDADE (Inocência, rituais de pureza, etc.) que os aclamavam como ÚNICOS, PUROS. Contrariando este direcionamento, a ideia e a mensagem de AGOSTINHO era muito mais de ESPERANÇA, pois existia uma confiança na capacidade humana de absorver o mundo, sem PERDER a IDENTIDADE. No sentido de que a IDENTIDADE existia independentemente da qualidade de seus agentes humanos na Igreja, ou seja, o SER não depende de sua composição. Na visão de AGOSTINHO, a Igreja CATÓLICA (já se conhecia o nome antes do século IV) era a busca permanente da VERDADE. Em suma, o pensamento Donatista seria: ‘... NADA ME IMPORTA SENÃO A LEI DE DEUS, QUE APRENDI. A ELA GUARDO E POR ELA MORRO; NELA SEREI QUEIMADO, NÃO HÁ NADA NA VIDA, SENÃO ESTA LEI ...’ {Acta saturnini, 4 (PL VIII, 692)}. Em si, seria um pensamento de defesa de algo muito precioso, e tal manteria integral a IDENTIDADE, um estado de afeto poderoso. Portanto, a Igreja seria considerada como o ‘VERDADEIRO ISRAEL’, e os Donatistas a enxergava como a ÚNICA que poderia preservar a LEI CRISTÃ TOTAL. Porém, ressalvavam que para preservar esta integralidade se somente fosse ‘PURA’. Fica evidente a distorção do sentido de PUREZA, visto serem obtidos do GRUPO em sua estrita relação com DEUS, os que seriam ‘ESCOLHIDOS’, Aqueles(as) que gozavam de uma RELAÇÃO especial com DEUS, no qual somente suas ORAÇÕES seriam ouvidas. Desta situação ocorria o medo supremo dos Donatistas de perder este Poder espiritual de sua relação magistral com DEUS, pelo contato com uma coisa ou pessoa IMPURA. Este receio promoveu certo anseio de formar GRUPOS privilegiados PUROS, entretanto, tal conduta favoreceu e, ainda, favorece a ideia de SEGMENTAÇÃO da SANTIDADE, ou seja, geram-se GRUPOS FRAGMENTADOS, jamais a UNIÃO PERFEITA. Em nosso próximo texto formativo concluiremos nosso pensamento. QUE DEUS VOS ABENÇOE RICAMENTE.

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