quinta-feira, 16 de julho de 2015

O SILÊNCIO, A VERDADEIRA ORAÇÃO ÍNTIMA COM DEUS (2ª PARTE)


GRAÇE PAZ (חסד ושלום)! ORA ET LABORA! BENDIGAMOS AO SENHOR! DEMOS GRAÇAS A DEUS. Dando continuidade a FORMAÇÃO sobre o "SILÊNCIO" (Baseado em Livro de Anselmo Grun), como preconizamos no final do texto anterior, quando asseveramos que este ESTADO favorece a colocarmos a culpa em NÓS MESMOSPode parecer engraçado tal assertiva, mas é a pura realidade. Por isto, para os MONGES, ANACORETAS este processo é fundamental e preciosíssimo. Logicamente, o SILÊNCIO seria a primeira etapa, que se coaduna com a possibilidade de partilha deste encontro pessoal com outra pessoa experimentada para buscar um ACONSELHAMENTO, ou seja, o ato de SILENCIAR promove a individualização para se reestruturar a vida RELACIONAL. O SILÊNCIO não é um instrumento que busca em si uma atitude de isolamento unicamente, de achar de que tudo se pode resolver solitariamente, do contrário, o fim do SILÊNCIO é o aprendizado de que realmente NECESSITAMOS DO OUTROCONTINUA A FORMAÇÃO PESSOAL!!!

O saber escutar a sua própria VERDADE e poder se libertar e expressar a mesma a um CONFIDENTE representa a real e concreta LIBERDADE DA ALMA. Imagine-se alguém incapaz de se abrir, pois o acumulo de situações, coisas, pessoas, em seu íntimo, guardadas, melhor depositadas, não por desejo próprio, mas por uma INCAPACIDADE DE SE ABRIR AO OUTREM, acumulando lixo, algo inútil que fere e adoece, chega a envenenar seu íntimo, ferindo-o, amargurando-o. Assim, o DOM DO SILÊNCIO acaba por se tornar um ANTÍDOTO perfeito para estabilizar o interior de uma Alma. Pode ser estranho colocar o SILÊNCIO neste patamar, pois a sua conceituação de sua ideia é a da repressão. Quando estamos desorganizados interiormente, comumente, ejetamos ou expelimos o veneno de nossas dificuldades a outros, e nos colocamos no estado de VÍTIMAS, entronizando o nosso tribunal, e assim cultivando muito mais os nossos problemas, em vez de os curar ou libertar, os promovemos cada vez mais. Na verdade, o SILÊNCIO é o único remédio concreto, no qual ao ser lançado no íntimo nos proporciona a DISTÂNCIA adequada de toda esta peçonha, ou dos sentimentos negativos. Favorece uma libertação por que ajuda a desenvolver um AUTO-CONTROLE, no qual a pessoa se torna AUTOR de sua VIDA. Como uma atitude de purificação, de lapidagem, de retirar os excessos, pois assim pronuncia-se S. BENTO: "QUEM TIVER PROCEDIDO ERRONEAMENTE DEVE FICAR ENTREGUE AO SILÊNCIO". (RB.25). Para BENTO o SILÊNCIO é uma oportunidade de aprendizado, de reconhecer o PRÓPRIO ERRO e não o do OUTRO, promovendo o arrependimento e a CURA subsequente, visto sermos fadados, ao falar, sempre de buscar JUSTIFICAÇÕES dos comportamentos, acusando muito mais os outros pela situação experimentada e nunca, em momento algum, ENXERGAR A REALIDADE DOS FATOS e as consequentes AÇÕES promovidas. Assim, o SILÊNCIO não nos afasta dos outros, mas de NÓS mesmos. No simples ato de QUERER FALAR TUDO, continuamente, expressamos os sentimentos escondidos no interior, não elaborados, não purificados, sem o mínimo de raciocínio e acabamos colocando para fora muito mais do que palavras, mas peçonhas e favorecemos, nos outros, que também sejam contaminados com o mesmo veneno ou alimentamos com maior dosagem, como uma cobra que pica e envenena. O sentido do SILÊNCIO não é de apenas ANULAR os sentimentos, mas de os domesticar, de aprender a vivenciar com os momentos difíceis da vida, de se superar e de se fortalecer. A vida em si apresenta-se como uma bebida, que quando agitada fica misturada todas as suas substâncias, mas quando permanecida inerte, acaba-se separando o que é mais pesado, ficando cristalina. O valor do SILÊNCIO também é de ensinamento, quem vive neste estado acaba aprendendo o valor da organização, e mesmo em uma situação desestruturante sabe direcionar a situação e mostrar ao outrem para que observe a sua colocação, para que medite e possa realmente analisar de forma imparcial o que intenta expressar, sem sentimentos que desestabilizem. O SILÊNCIO também favorece a DISCIPLINA própria, a busca de mudanças na vida, trazendo bons valores e favorecendo cada vez mais uma atitude social, nunca individual. Mas, deve-se fazer a distinção entre o SILÊNCIO como expressão de cura, e o de NÃO FALAR simplesmente, no qual este sempre será efetivado por pessoas individualistas, orgulhosas, que não sabem dar crédito aos outros, que renegam ajuda alheia, autossuficientes. Aqui fica a admoestação de que o SILÊNCIO desenvolve a capacidade de DISCERNIMENTO, no qual capacitamos a arte de VER e OUVIR melhor para poder FALAR com coerência. O SILÊNCIO como DOM, não é uma atitude repressiva, no qual alguém efetiva um atenção para outrem de algo que tenha lhe feito de mal. Do contrário, o SILÊNCIO é uma oportunidade de aprendizado para aprofundar a nossa relação com o OUTRO, mesmo que este tenha efetivado uma ação nociva para nós. Esta atitude singela e verdadeira é uma abertura ao DIÁLOGO, no qual ao ser efetivado, nos concede a dádiva de perceber se existe condição de falar ao outro do acontecido e qual a tonalidade que deve ser efetivada. O SILÊNCIO privilegia minha visão, no qual enxergo que o sentimento negativo gerado pelo erro alheio vem das minhas feridas ou chagas anteriores, do meu estado emocional ou psicológico, ou se provêm do comportamento do outro. No sentido geral o SILÊNCIO é uma atitude protetiva do próximo, pois nos impede de formular pré-julgamentos. Se torna peculiar a atitude de comparação, e como nesta atitude deve haver uma vitoria, comumentemente, diminuímos o lado rival, favorecendo seu julgamento e consequente condenação, mesmo que não possamos realmente confirmar a sua totalidade. Ora, julgar os outros faz-nos, na verdade CEGOS de nós, no sentido que ao dar vazão a esta cegueira, projetamos os nossos erros mais profundos na vida do outro, ou seja, quando vemos um defeito no irmão(ã), o que realmente renegamos é o mesmo que sobrevive em nossa alma. Geralmente, o pecado alheio fica mais fácil de visualizar, enquanto o nosso fica estritamente escondido nas penumbras de nossa alma. Assim, vislumbrar um pecado do outro é uma grande oportunidade de rever os nossos próprios. Assim dizia um MONGE PATRIARCA: "Quando vires alguém pecar, reza ao Senhor e diz: 'Perdoa-me, por que PEQUEI'". Que tal texto possa ser aproveitado a muitos que necessitam, antes de tudo, SILENCIAR A ALMA. QUE DEUS VOS ABENÇOE RICAMENTE. 

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