quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

BUSCAR O SILENCIAR, UMA AÇÃO GENUÍNA DE DESAPEGO (ANSELMO GRUM - 2ª PARTE)


GRAÇE PAZ (חסד ושלום)! ORA ET LABORA! BENDIGAMOS AO SENHOR! DEMOS GRAÇAS A DEUS. Os antigos PADRES DO DESERTO nos ensinam várias facetas do 'SILÊNCIO'. Entretanto, no ocidente, apenas visualizamos o estado de NÃO FALAR. O SILÊNCIO pode e deve ser uma ação de PEREGRINAÇÃO, não no sentido apenas de se afastar, mas no sentido de estar prisioneiro a mundo que lhe rodeia. Já dizia Abade Tithoe: "SER PEREGRINO SIGNIFICA QUE O MONGE POSSUI PODER SOBRE SUA BOCA" (Apo. 776). No silêncio o MONGE deixa o mundo passar, como dever-se-ia ser. Renuncia a todas as suas instâncias, ou melhor, não permite o MUNDO lhe MUDAR, permanece integro com o que realmente É. Ao falar, expresso o que sinto, sem a moderação de uma razão concisa, muitas vezes euforicamente e sentimentalmente, e neste ponto interfiro no meio, critico, comento e ai desfiro ideias minhas para moldar o que vejo ou sinto. Ao desenvolver tal estágio, acabo querendo conotar ao mundo e a ter o PODER DE LHE JULGAR, mesmo ciente de que apenas DEUS tem este poder, assim, tomo o seu lugar. No SILÊNCIO me torno ESTRANGEIRO, não tenho o mundo que me rodeia como casa, ou área de segurança, sendo peregrino posso expressar a VERDADE sem condicionamentos, sem sentimentalismos ou euforismos abstratos e baratos. CONTINUA A FORMAÇÃO PESSOAL!!!


O SILÊNCIO ME FAZ VER, SENTIR E EXPRESSAR UNICAMENTE A VERDADE. Já mencionava SANTA AMBRÓSIO, PAI ESPIRITUAL DE SANTO AGOSTINHO: "A CASA DO ESPÍRITO É A PALAVRA FALADA. O ESPÍRITO HABITA NO FALAR". Como se fala expressa qual o mundo que permanece o ente, o MONGE fala como pertencente ao MUNDO ESPIRITUAL, suas colocações são mínimas, concretas e fecundas, não perpassa nada mais do que isto. SIMPLES E DIRETO. Na passagem de Gn. 12,1, existe uma figuração de saída do mundo (três - Anselmo Grum). Primeiramente, a saída do mundo através do SILÊNCIO é renunciar a tudo que possa causar impressão neste mundo, irradiar a luz de posse, poder e grandeza, e quem a pratica de verdade, se torna extremamente POBRE deste mundo. No qual a sua fala expressa o próprio ESPÍRITO pobre identicamente. A segunda saída tem haver com o parentela, e neste caso, representa o desapego aos costumes e vícios, renunciando aos sentimentos e afetos que muitas vezes nos tornam PRISIONEIROS DO PASSADO, ou o acrisolamento do CORAÇÃO. O sentido maior é o de renunciar a fixar nas áreas de segurança, o de viver em situações ou estados que são bons, mas não mais representam o nosso PRESENTE, é a fuga do mundo real e buscar subterfúgios nas aparentes suposições da vida utópica emocional e sentimental. Não é SONHAR, pois este ato perfaz a fazer o nosso PRESENTE mais concreto e inspirador, mas é um estado de aprisionamento ao que não pode mais ser concretizado, ou vida de suposições, viver experiências que mais nos agradam. São as FANTASIAS DE FUGA, no qual, de forma continua, volta-se a um estado em que a pessoa se torna segura, mas muito distante da realidade. NÃO SE PODE VIVER DO PASSADO, SEM ESTAR SEDIMENTADO NO PRESENTE. O PASSADO DEVE SER FONTE DE ESTÍMULO E DE SABEDORIA, NÃO DE FUGA. Por fim, a última saída, deixar a casa paterna. Aqui o sentido é a fixação de nossa real morada: O CÉU. O SILÊNCIO vem nos auxiliar a vivermos em busca essencialmente em direção a DEUS, nossos pensamentos, ações e, principalmente, PALAVRAS serão fontes geradoras deste direcionamento a casa celestial. Desta feita, o SILÊNCIO se torna uma figura de LIBERDADE e SERENIDADE. A consequência deste SILÊNCIO é de nos tornar LIVRES de tudo e de todos, e assim este sentimento real de LIBERDADE promoveríamos a viver em relação as coisas e pessoas sem peso algum, sem qualquer tipo de tensão, pois o resultado almejado não seria o reconhecimento e o louvor próprio, faríamos tudo sem misturar com nossas necessidades, anseios e desejos, nunca gastando nossas energias com fatos, situações e objetivos secundários. "... QUEM APRENDEU NO SEU AGIR DESAPEGAR-SE DE SI MESMO E DE SUAS EXIGÊNCIAS, ESTE É CAPAZ DE FAZER SEU TRABALHO SEM TENÇÕES INTERIORES ..." (ANSELMO GRUM). Em suas ações não existem emoções, mas o seu labor é por causa da obra, vem do TEMOR A DEUS. Portanto, é fundamental o estímulo do SILÊNCIO em nossas vidas, não apenas no ato de NÃO DIZER NADA, mas do expressar em nosso AGIR cotidiano. O SILÊNCIO nos edifica e nos torna muito mais abertos a DEUS, transparentes ao seu ESPÍRITO, moldando nossos pensamentos, ações e realizações, assumindo em nossas existências a direção concreta da VIDA. Em próximo texto concluiremos esta temática. QUE DEUS VOS ABENÇOE RICAMENTE.

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