GRAÇA E PAZ (חסד ושלום)! ORA ET LABORA! BENDIGAMOS AO SENHOR! DEMOS GRAÇAS A DEUS. Neste artigo debruçaremos acerca da figura de meu Santo de predileção. Recentemente, iniciei estudos sobre a VIDA DE SANTO AGOSTINHO, e dentre muitas biografias, adquiri uma formidável de Peter Brown: 'SANTO AGOSTINHO, UMA BIOGRAFIA'. Sua constituição não perfila a figura do Santo em si, mas exala um conteúdo do HOMEM AGOSTINHO, que após experimentar a CONVERSÃO, inicia um PROCESSO, não algo mágico e sentimentalista, mas concreta de crescimento e de busca fecunda da VERDADE e da METANOIA real. "... EU preferia ser humilde na casa do meu Senhor a viver na tenda dos pecadores. Mantinha-me afastado de todos os que amavam o mundo,mas não me considerava à altura dos que presidiam congregações. Na Festa do Senhor, não ocupei uma posição mais elevada, porém escolhi um lugar inferior e mais retirado; e aprouve ao Senhor dizer: LEVANTA-TE.". A grandeza deste Homem, que sempre se colocava na condição de pequeno, exalava em suas ações e pensamentos, a tal ponto de ser eleito como Sacerdote, sem nunca querer almejar tal cargo. Sua devoção fervorosa pela PALAVRA, entusiasmava a todos, chegando ao ponto de transformar o estilo difícil do latim em uma forma mais aceitável através de sua pronuncia. Tudo o que fazia era satisfatória e inteligível. Sua vida assemelhava a uma 'LAMPARINA', que iluminava a todos com seu intelecto refulgente da verdade. Para TODOS AGOSTINHO era alguém que 'SABIA'. Sabia dizer a todos os sentidos ocultos da Bíblia, desenredar o sentido dos mistérios. Elucidava nas praças: "O tordo, o papagaio, o corvo, a pega são ensinados a dizer aquilo que NÃO COMPREENDEM. Saber o que estamos dizendo, eis o que foi concedido à natureza humana pela vontade de DEUS (...) E nós, que aprendemos na Igreja a entoar as palavras de DEUS, devemos ter o mesmo ardor". Pediu autorização para constituir um Mosteiro, pois nunca gostara de ficar SOZINHO, e sua obra atrairia a muitos e desenvolveria em centro de Homens brilhantes. Logo tornou-se um Seminário (SEMENTEIRA), da qual irradiou um número magnífico de BISPOS para a Africa. CONTINUA A REFLEXÃO!!!
Estes Homens além de serem a imagem de AGOSTINHO, figuras dedicadas, sensíveis à inspiração, tinham personalidade própria e imponente. Toda a obra agostiniana favoreceu uma revolução dramática na história do Cristianismo africano, de seus discípulos a 'TROMBETA DA IGREJA' soprou alto, o que constituiu um mau preságio para os heréticos maniqueus e donatistas. Em si, o que AGOSTINHO pretendia era ser um sábio, que levaria uma vida contemplativa: "... NESTA VIDA MORTAL, O HOMEM PODE DISPERSAR AS BRUMAS DAS FANTASIAS CORPORAIS E CARNAIS A PONTO DE POSSUIR A LÍMPIDA LUZ DA VERDADE IMUTÁVEL ...", e caso permanecesse na busca daquelas da vida comum, acabaria 'NÃO COMPREENDE NEM AQUILO QUE PROCURA NEM QUEM ESTA PROCURANDO'. Mas AGOSTINHO estava afeito a algo maior, desprendeu-se deste pensamento e enveredou por uma reflexão mais séria da sua vida (397 dc), ao sentar-se para reexaminar e reinterpretar sua vida pregressa nas "CONFISSÕES". Aqui ocorre uma nova visão do que é o 'HOMEM', uma profunda reavaliação das potencialidades, descobrindo as raízes reais e profundas da verdadeira fonte de suas motivações. Neste momento, AGOSTINHO reconheceu a simples dificuldade de atingir uma VIDA IDEAL. Vislumbrou e se questionou o 'POR QUE' apesar da conversão, subsiste a permanência do mal nas próprias ações humanas? Vislumbrou que a vontade humana não tinha plena liberdade, o que lhe constrangia, visto ter afirmado anteriormente o LIVRE-ARBÍTRIO. Pior, acabou descobrindo que o Homem estava envolvido por padrões de comportamento, de certo modo irreversíveis, sujeitos a orientações negativas, contrastantes as boas obras, sendo incapaz de anular hábitos aprendidos. Era uma nova interpretação da ação do mal, no contexto psicológico, uma força compulsiva do hábito, que extraia a força de vontade humana (memória). Assim, o prazer da ação má era ampliada e transformada, rememorada e repetida. ou seja, o homem se torna refém de uma continuidade de sua vida interior: "... sou arrastado de volta por aflições cujo peso me acabrunha; de novo deixo-me absorver e dominar por minhas imperfeições habituais; choro muito por isso, mas sinto-me muito preso. è pesadíssimo o fardo do costume adquirido ...". Vejam bem, é a súplica de um 'SANTO', ninguém menos do que AGOSTINHO DE HIPONA, e neste ápice ele se mostra como realmente o é, sem fantasias, nem expectativas superficiais e fantasiosas, um HOMEM que quer ver a LUZ DA VERDADE, mas com que humildade reconhece seus limites, e luta, luta, por estar convicto de quem o 'CHAMOU': "... Que sejam severos contigo os que não sabem com que esforço se descobre a verdade e com que dificuldade se evitam os erros; sejam severos contigo os que não sabem quão raro e desgastante é suplantar as fantasias da carne (...) sejam severos contigo aqueles que não sabem com que dores é sarado o olho interno do homem, para que ele possa vislumbrar seu SOL ...". AGOSTINHO acaba por render-se que todo o progresso espiritual esta TOTALMENTE dependente da imperscrutável VONTADE DE DEUS: "... Não serás censurado por seres ignorante contra a tua vontade, mas por deixares de investigar o que te torna ignorante; não por não conseguires recompor teus membros feridos, mas por rejeitares AQUELE que os curaria ...". Agora, AGOSTINHO apenas via o Homem infalivelmente dependente de DEUS, chegando a esta conclusão após uma reavaliação da natureza da motivação humana. Assim, podemos compreender a importância real e concreta de SANTO AGOSTINHO para a Igreja, pelo o que se tornou e se permitiu conhecer, se despojou e analisou sua humanidade, para favorecer o conhecimento do "POR QUE DEUS AMA PROFUNDAMENTE O HOMEM?". Por causa disto, abriu sua ALMA ao extremo e permitiu DEUS viver em sua vida. 'EIS O HOMEM', por causa de AGOSTINHO esta frase se torna uma evocação ao chamado de SANTIDADE. OBRIGADO AGOSTINHO pela coragem de se aceitar e amar sua humanidade. Concluiremos em outro texto esta reflexão. QUE DEUS VOS ABENÇOE RICAMENTE.
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