segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O PARÁCLITO

GRAÇA E PAZ (חסד ושלום)! Irmãos, vamos colocar para vocês uma pregação acerca do ESPÍRITO SANTO. Tema coluna para o nosso ministério de pregação. Que você possa desfrutar deste conteúdo, ainda mais, possa analisar se algo semelhante acontece em vossa vida. Como sabemos, ou deveríamos saber, como pregadores, a primeira pessoa a tomar consciência da pregação é o próprio pregador. Pois como cálice de benção, ele deve deixar-se transbordar, aceitando o conteúdo para si, para após, iluminar, alimentar e restaurara a vida do próximo. boa leitura e reflexão. DEUS TE ABENÇOE.
Logo depois de o Espírito Santo ter descido sobre os Apóstolos no dia do Pentecostes, eles “... começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes dava o poder de se exprimirem ...” (cf. Act 2,4). Pode-se, portanto, dizer que a Igreja, no momento mesmo em que nasce, recebe como Dom do Espírito a capacidade de “anunciar as maravilhas de Deus” (Act 2,11): é o dom de evangelizar. Este fato implica e revela uma lei fundamental da história da salvação: não se pode em síntese falar do Senhor e em nome do Senhor, sem a graça e o poder do Espírito Santo.
Esta ligação entre o Espírito de Deus e a palavra divina pode-se notar já na experiência dos antigos profetas. A chamada de Ezequiel é descrita como a infusão de um “espírito” na pessoa: "... O Senhor disse-me: 'Filho do homem, põe-te de pé; vou falar-te'. O espírito penetrou em mim, enquanto me falava, e mandou-me pôr de pé; e ouvi alguém que me chamava..." (Ez 2,1´2). No livro de Isaías lê-se que o futuro servo do Senhor proclamará o direito às nações, precisamente porque o Senhor pôs o Seu espírito sobre ele (cf. 42,1). Segundo o profeta Joel, os tempos messiânicos serão caracterizados por uma universal efusão do Espírito: “... Depois disto, acontecerá que derramarei o Meu Espírito sobre toda a carne...” (Jl 3,1); por efeito desta comunicação do Espírito, “... os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão...” (ibid).
Em Jesus, o liame Espírito-Palavra atinge o vértice: de fato, Ele é a própria Palavra que Se fez carne “por obra do Espírito Santo”. Começa a pregar “com o poder do Espírito Santo” (cf. Lc 4,14 ss.). Em Nazaré, na Sua pregação inaugural aplica a Si a passagem de Isaías: “ ... O Espírito do Senhor está sobre Mim (...) enviou-me para anunciar a Boa Nova aos pobres ...” (Lc 4,18).
Evangelizar na força do Espírito quer dizer ser investido daquele poder que se manifestou de modo supremo na atividade evangélica de Jesus. Esta força do Espírito é mais do que nunca necessária ao cristão do nosso tempo, ao qual é pedido que dê testemunho da sua fé num mundo com freqüência indiferente, se não hostil, fortemente marcado como está pelo relativismo e pelo hedonismo.
O Espírito Santo assegura ao anúncio também um caráter de atualidade sempre renovada, a fim de que a pregação não decaia em vazia repetição de fórmulas e em inexpressiva aplicação de métodos.
Se o Cristo é a cabeça da Igreja, o Espírito Santo é a sua alma”. Assim afirmava o Pp. Leão XIII na Encíclica Divinum illud munus (1897: DS 3328). Do Pentecostes, o grupo que dá origem à Igreja muda profundamente: primeiro, trata-se dum grupo fechado e estático, de “cerca de cento e vinte pessoas” (At 1,15); depois, trata-se dum grupo aberto e dinâmico ao qual, após o discurso de Pedro, “se uniram cerca de três mil pessoas” (At. 2,41). Para que haja de fato a comunidade cristã, não basta um grupo de pessoas, mas a Igreja nasce do Espírito do Senhor. Lemos em Santo Ireneu: “Assim como da farinha não se pode fazer, sem água, nenhum pão, assim também nós, que somos muitos, não nos podíamos tornar um em Cristo Jesus, sem a água que vem do céu” (Adv. Haer. 3, 17,1). A água que vem do céu e transforma a água do batismo é o Espírito Santo.
Santo Agostinho afirma: “Aquilo que o nosso espírito, a saber, a nossa alma, é para os nossos membros, o mesmo é o Espírito Santo para os membros de Cristo, para o Corpo de Cristo que é a Igreja” (Serm. 267,4).
A presença do Espírito Santo na Igreja faz com que ela, embora marcada pelo pecado dos seus membros, seja preservada da defecção. Com efeito, a santidade não só substitui o pecado, mas supera-o (Rm 5,20).
O Espírito Santo habita na Igreja não como um hóspede que, em todo o caso, permanece estranho, mas como a alma que transforma a comunidade em “templo santo de Deus” (1ª Cor 3,17; 6,19; Ef. 2,21) e a assimila continuamente a Si por meio do Seu dom específico, que é a caridade (Rm 5,5; Gl. 5,22). A caridade é o “coração” do Corpo místico de Cristo - Sta Teresa do Menino Jesus: “Compreendi que, se a Igreja apresenta um corpo formado por membros diferentes, não lhe falta o mais necessário e mais nobre de todos: compreendi que a Igreja tem coração, um coração ardente de amor; compreendi que só o amor fazia atuar os membros da Igreja e que, se o amor viesse a extinguir-se, nem os Apóstolos continuariam a anunciar o Evangelho, nem os mártires a derramar o seu sangue; compreendi que o amor encerra em si todas as vocações, que o amor é tudo e abrange todos os tempos e lugares, numa palavra, que o amor é eterno” (Manuscr. Autobiogr. B 3v).
O Espírito que habita na Igreja, mora também no coração de cada fiel: É possível “tornarmo-nos santos” se nos deixarmos santificar por Aquele que é o Santo. Podemos considerar que o Espírito Santo é como que a alma da nossa alma.
O gesto de Jesus, que na noite da Páscoa “soprou” sobre os Apóstolos comunicando-lhes o Espírito Santo ( Jo 20, 21´22), evoca a criação do homem (Gênesis como a comunicação de “um sopro de vida” Gn. 2,7). O Espírito Santo é como o “respiro” do Ressuscitado, que infunde a nova vida na Igreja representada pelos primeiros discípulos. O sinal mais evidente desta nova vida é o poder de perdoar os pecados. Efetivamente, Jesus diz: “Recebei o Espírito Santo. Os pecados daqueles que perdoardes, serão perdoados. Os pecados daqueles que não perdoardes, não serão perdoados” . (Jo 20, 22´23). Quando se efunde “o Espírito de Santificação” (Rm 1,4), destrói-se o que se opõe à santidade, ou seja, o pecado. Segundo a palavra de Cristo, o Espírito Santo é aquele que “convence o mundo do pecado” (Jo 16,8). Ele faz com que se tome consciência do pecado, mas ao mesmo tempo é Ele mesmo que perdoa os pecados.
O Espírito do Senhor não só destrói o pecado, mas santifica e diviniza o homem. O Espírito Santo é “Pessoa-Amor. é Pessoa-Dom” (Dominum et vivificantem, 10). Este amor concedido pelo Pai, recebido e retribuído pelo Filho, é comunicado ao homem remido, que assim se torna “homem novo” (Ef 4,24), “nova criação” (Gl 6,15). Recebemos uma nova vida, porque nos tornamos “participantes da natureza divina” (2ª Pd 1,4): somos “chamados filhos de Deus. É a vida da graça: o dom gratuito com que Deus nos faz partícipes da sua vida trinitária. É a dádiva do Espírito Santo que nos assimila ao Filho e nos coloca em relação filial com o Pai: no único Espírito, através de Cristo, temos acesso ao Pai (Ef. 2,18).
A presença do Espírito Santo realiza uma verdadeira transformação: é a graça santificadora ou deificadora que eleva o nosso ser e o nosso agir, tornando´nos capazes de viver em relação com a Santíssima Trindade. Isto acontece mediante as virtudes teologais da fé, da esperança e da caridade, que “adaptam as faculdades do homem à participação da natureza divina” (CIC, 1812). Assim, mediante a fé o crente considera Deus, os irmãos e a história, não pela razão, mas pela revelação divina. a esperança, o homem olha para o futuro com certeza confiante e ativa (Rm 4, 18), na meta da bem´aventurança eterna e da plena realização do Reino de Deus. Com a caridade, o discípulo compromete´se em amar a Deus com todo o coração e o próximo como o Senhor Jesus nos amou. (Lumen gentium, 40). O caminho para se tornar santo é o da fidelidade à vontade de Deus. A perfeição da caridade consiste no abandono confiante nas mãos do Pai graças ao Espírito Santo, nos momentos mais difíceis nos faz repetir com Jesus: “Eis-me aqui para fazer a tua vontade” (cf. Hb 10,7).

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